
Apesar do surgimento até de um site que "tira sarro" desse tipo de apresentação, o famoso "live fake" ainda domina na cena, deixando "dúvidas" sobre a seriedade nas apresentações de música eletrônica
Muito já se discutiu sobre o que é e o que pode ser um verdadeiro "live act" de música eletrônica. Já houve relatos de gente dizendo em nossa comunidade, que "o que importa é se o som do cara é bom".
Olha, sinceramente, realmente é muito importante, o som do cara ser bem produzido, e ponto final!(?). Sim, isso é importante para que ele fique conhecido e o público queira ouvir suas músicas. Mas até que ponto, o artista pode se anunciar "fazendo" uma coisa e faz outra?
Quando um artista se anuncia um "Live Act" isso já coloca mais "peso" em sua "chamada" e óbvio, o valor cobrado aos organizadores de festa tende a ser maior do que se o mesmo se anunciasse como um DJ Set(Apesar de ser de músicas próprias). Isso é um FATO e não minha opinião.
Um bom DJ Set, requer sim habilidade, sensibilidade e claro, vc vai poder fazer o que quiser na ordem que quiser com as pickup´s ou computadores. Aí vem a pergunta: Porque o artista, que não quer ou não sabe fazer o verdadeiro "Live Act", não se apresenta como um Dj e faz um Dj Set de suas tracks?
O que vemos atualmente é uma "enchorrada" de artistas fazendo "Live" até em softwares como Cubase ou Logic, o que se for pensar, "faz sentido" já que fazer o "Live" seqüenciado automaticamente em 2 tracks de áudio, pode ser feito em qualquer "seqüenciador".
Há situações ainda, que temos até um "live act" porém de "artistas" tocando músicas de outros artistas, que é o nível mais PODRE da cena, que são os "estelinatários do trance". Esses nem vamos levar em consideração no texto, pois esses devem ser EXECRADOS pelo público, organizadores e todos mais!
Agora se levarmos em consideração que o público quer ouvir a música de determinando artista, independente se ele ta lá fazendo algo ao vivo ou não, podemos realmente fecharmos olhos e ouvidos para isso e continuarmos. Agora você produtor, se sente realmente BEM fazendo algo, que na verdade não está sendo feito?
A questão que quero levantar aqui é "moral". Consigo comparar o "Live Fake" ao "playback" de bandas. O cidadão paga para ver um "Live" e vê o artista apenas plugar cabos e "dar play", e dar os já famosos "pulinhos". Eu posso considerar isso como "charlatanismo"? é de se pensar...
Vou citar aqui nosso caso. Fazemos nossas apresentações atualmente( NetStream ) como um "dj set" no ableton com alguns loops nas viradas, muitos efeitos e alguns synths configurados para serem tocados ao vivo, como forma de modificar a musica. Não consideramos isso o mais "Live Act" possível, porém estamos trabalhando para tal, e posso aqui literalmente "bater no peito" e dizer que em nossa pequena história, nunca fizemos "live fake.
O ponto que quero chegar, é que fazer um dj set no ableton live, é muito fácil. Hj em dia com ao advento do Youtube temos dezenas de vídeos explicativos nesse sentido, mesmo aqui no Portal, temo uma matéria abordando o dj set no software citado, assim como no blog do parceiro "Illan Kriger"
Criar um dj set básico no software Ableton Live, não leva mais do que 20 minutos(inclusive é possível fazê-lo sem qualquer controlador MIDI, apenas mapeando o teclado do próprio computador). Aí vem a questão, porque esses artistas não o fazem? Só posso responder uma coisa: preguiça e total falta de respeito com o publico e quem o contrata.
Assim como criar um Live Set(que também não necessita de controlador MIDI obrigatoriamente), também não é tão difícil quanto se imagina. É possível encontrar tutoriais aos montes sobre como montar loops de partes de suas tracks, a fim de "montá-las" ao vivo, o que pode ser feito por qualquer estilo, independentemente do "bpm" ao contrário do que muitos pensam.
Mesmo o set "pronto" feito na Session View do Ableton Live, ou em telas de arranjo de outros softwares, pode sim ter a sua "interatividade" inserindo efeitos/synths nos canais e interagindo/tocando os mesmos durante o set. Ou seja, o ponto é "'FAÇA ALGUMA COISA", não gire knobs "fantasmas" e não dê apenas play com a barra de espaço.
É óbvio que mesmo a definição do que realmente o Live PA significa é controversa, segundo a wikipedia mesmo. Mas isso não quer dizer que o termo, está associado APENAS a "tocar suas próprias músicas". Eu acho que definir o "Live" apenas como isso, é apenas uma afirmação de quem se sente "ofendido". O blog do nosso parceiro, Ilan Kriger, mostra em uma matéria, diferenças básicas entre um "dead act" e um "live act", o que é muito interessante, até para quem está por fora da cena.
O Famoso site "DeadAct" continua sua saga em "desvendar" os artistas que se apresentam com o famoso "Live Fake", mas também mostram apresentações que são "verdadeiros lives". Alguns artistas chegam a postar "respostas" nos posts do odiado blog, algumas até bem mal educadas, mas mostrando que o site está tendo muita audiência.
Iniciativas como essa do site citado, mostram que pessoas estão SIM se preocupando, com o que lhes é anunciado, e o que realmente é lhe "entregue" nas festas. Não vou aqui julgar se os "meios" que o site "julga" ser ou não live estão certos, quero apenas mostrar que há gente por aí atenta ao que muitos fazem(ou não fazem).
Não quero aqui impor regras a ninguém, apenas coloquei aqui informações e inclusive dicas de como fazer algo que é simples e a meu ver, honesta de estar fazendo ao utilizar a sigla "Live" em apresentações de artistas de música eletrônic.
Escrito por: Mark Gerald in Live on 13 de Julho de 2009
NOTA DO DJ FRANK NUCKLESS
E eu pensando que esse problema de live fake era só no gospel.....
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